Saturday, September 23, 2006

Pensamentos descontínuos...


Um andamento enganado, trespassado pelo som de um murmúrio.
Um subterfúgio de uma vida que teima em não se endireitar.
Erram-se passos perdidos na noite. Partem-se esperanças. Quebram-se olhares
É só mais um momento, um olhar, um sei lá o quê…Que enlouquece. Que enfraquece
Vira-se o avesso ao arremesso de algo confuso. Tenta-se o passo trémulo, confuso e perdido. Esquecido naquele momento usado para se esquecer o resto. Mas depois do momento vem a dor, a indiferença do gesto que marcou apenas um…Um espaço. E tenta-se dar a volta ao que é incontornável. Pinta-se com outras cores a atmosfera e tudo passa com a máscara que tantas vezes se usa…se usou…que sempre se usará…na inocência. O sorriso fácil nos lábios de alguém que não sabe o que sorrir significa. Nunca experimentou a leveza de uma graça descontínua. Que nunca desfez a mágoa. Que se perde com a fragilidade de um gesto, num momento certo da fragilidade sem tranquilidade.
E o passo contínua. E a música disfarça. E os gritos mudos enchem um corpo vazio que vagueia sem a razão. Perdido sempre. Confuso sempre. Desnorteado…Para sempre…
Muda-se a vida. Muda-se o estilo. Cai-se no buraco fundo e escuro como breu.
Mas ela não vê com a máscara que usa. Ela não parte com medo de perder o que não tem. Não avança com medo de magoar o alguém imaginário de todos os momentos. Estúpido o pensamento que atravessa a linha dos dias e noites. Que não se rompe.
Avança-se. Deixam-se para trás palavras por um momento. Acredita em tudo aquilo que se desfaz a sua frente.
As lágrimas caídas no rosto demonstram a crença num futuro desacreditado.
Inacabado…abalado…
E no fim…é só mais uma noite…